TEXTO PUBLICADO PELA "SUCESSO EM REVISTA" NO MÊS DE JULHO DE 2014.
COLUNA: COMPORTAMENTO
A chegada de um novo membro na família exige dos pais mais paciência e dedicação ao filho mais velho, que, por sua vez, até então, reinava absoluto na casa.
Um dos primeiros passos para que encaremos essa nova etapa da vida é saber que uma certa dose de ciúme será inevitável, e que, em boa parte dos casos, os pimpolhos adotam alguns comportamentos que se assemelham aos de um bebê (o que chamamos de regressão).
Envolver o primogênito desde a notícia da gravidez até o nascimento do irmão fará com que ele se sinta mais seguro e menos ameaçado. Faça com que ele participe da nova rotina da família, deixando-o estar presente nos momentos das compras das roupinhas do irmão, levando-o quando possível às sessões de ultrassonografia, explicando a ele (nesse caso, a mamãe) que você se ausentará por alguns dias para o nascimento e depois voltarão para que eles possam se conhecer. Quando isso acontecer, peça a sua ajuda para pegar as fraldas e acessórios para o banho, proporcionando momentos de interação entre todos vocês.
Não estou dizendo que será uma tarefa fácil, pois sabemos que não é - afinal, sua atenção estará dividida entre os cuidados que deve ter por um bebê e os cuidados que deverá continuar tendo com o pequeno ciumento. Porém, reserve um momento só para vocês dois, em que poderão conversar, brincar e trocar carícias.
Mesmo assim, percebam que poderá ocorrer algum tipo de sofrimento ao irmão mais velho, mesmo porque, apesar de os pais amarem a sua prole, não será da mesma forma, já que cada filho é único e individual e possuem suas próprias características e necessidades.
Muitas crianças desejam ter os pais só para eles e, com a chegada do irmão, podem sentir-se preteridos e inseguros, já que um novo bebê trará o findar dos seus ideais egocêntricos. A rivalidade pode surgir a partir do momento em que o primeiro filho percebe o amor que está recebendo dos pais, avaliando se esse sentimento é suficiente ou não, se é justo ou não, o que nem sempre condiz com a realidade dos pais.
De qualquer maneira, o diálogo e o afeto ainda são muito bons aliados para que toda essa avalanche de comportamentos e emoções seja amenizada.
Se mesmo assim perceberem que seu filhote está sofrendo e agindo de maneira agressiva e impulsiva diante dessa nova fase, procure a ajuda de um psicólogo.
Thaísa Riul - Psicóloga Clínica
CRP: 06/110133
TEXTO PUBLICADO PELA "SUCESSO EM REVISTA" NO MÊS DE ABRIL DE 2014
COLUNA : COMPORTAMENTO
A cirurgia bariátrica ou cirurgia de redução de estômago é um procedimento que vem ganhando força no Brasil. E os números explicam essa alta. Uma pesquisa do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - realizada em 2011 apontou que a obesidade atinge 16,9% das mulheres e 12,5% dos homens brasileiros.
Recentemente, a ANS (Agência Nacional de Saúde), incluiu em suas normas uma cobertura mínima de 12 consultas psicológicas anuais para os pacientes que irão passar pela cirurgia. Entre as várias funções, o psicólogo será o responsável por auxiliar o seu paciente no controle dos impulsos alimentares e emocionais.
Nesses casos, a atuação do psicólogo favorece o discernimento das angústias e medos que naturalmente são vivenciados pelos pacientes. Em geral, ninguém está 100% preparado para uma cirurgia, por mais planejada que seja.
É válido considerar ainda aspectos físicos e mentais. Esse tipo de intervenção não é recomendada para todos que ultrapassam o índice de massa corpórea a partir de 40 Kg/MG. E em alguns casos, por mais que o indivíduo apresente esses quesitos, não se mostra apto cognitivamente para tamanha mudança. Esses pacientes precisam ser avaliados por médicos e psicólogos para que haja a conclusão se realmente estão preparados e dispostos a se submeter aos procedimentos.
Um dos fatores que irão pesar na decisão dos profissionais é a percepção de que o paciente tem consciência sobre a necessidade de tolerância e aceitação da nova rotina. Muitos imaginam que somente a cirurgia será capaz de livrá-los definitivamente da obesidade, o que não é verdade. Quem passa pela operação não pode se esquecer dos desconfortos, da dedicação e da disciplina que terão que adquirir no processo pós-operatório. O histórico alimentar precisará sofrer modificações severas.
Relatos apontam que o primeiro ano pós-cirúrgico é determinante para um procedimento bem sucedido. É certo que o paciente terá que seguir uma dieta específica para não engordar novamente. Esse é um dos motivos pelos quais o indivíduo necessita ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
A inserção da psicologia também pode auxiliar de forma positiva, facilitando uma comunicação amistosa entre o paciente e sua equipe.
Thaísa Riul - Psicóloga Clínica
CRP: 06/110133